terça-feira, 14 de julho de 2015

Kojima, Konami e o futuro da franquia Metal Gear: é o fim?

Alô alô calangada, hoje venho com uma notícia [ou seriam duas?] nada alegre. 

Parece que as diferenças entre o pensamento de nosso ídolo [ou dos fãs da série Metal Gear] Hideo "papai" Kojima e o direcionamento da Konami sobre a franquia chegaram no limite extremo e que muitos esperavam que não chegasse, levando Kojima a tomar uma decisão um tanto quanto drástica: nos últimos meses Kojima vinha dando sinais de que Metal Gear Solid V: The Phantom Pain seria o último trabalho da Kojima Productions.

Maaaaaaaaaas, antes disso, para entender o motivo dessa "briga", gostaria de explicar o que levou a esse racha.

Konami: Um negócio de família

Como muitas empresas japonesas, a Konami surgiu como uma empresa familiar. Co-fundada por Kagemasa KOzuki, Yoshinobu NAkama, e Tatsuo MIyasako [daí o nome Konami] como uma empresa que criava e consertava jukeboxes e coisas do tipo [afinal, todos sabemos como os japoneses adora karaokê e afins haha (ok ok, desculpem o estereótipo :P)]. Com o passar dos anos a empresa se ramificou e passou a atuar em diversos setores, sendo o mais famoso o de jogos eletrônicos. Que criança\adolescente dos anos 1990 e começo dos anos 2000 nunca jogou, ao menos uma vez, algum jogo da franquia Winning Eleven? Pois mais ou menos na mesma época foi lançado o primeiro Metal Gear Solid, e é aí que a treta começa...

Kojima x Konami: disputa de interesses

Segundo alguns sites e revistas especializada, os rachas entre Kojima e a Konami começaram em principios dos anos 2000: praticamente todo dinheiro feito com a franquia Winning Eleven era investido na franquia de Metal Gear Solid, já que os jogos desta última franquia demandavam uma grande soma de dinheiro devido às melhorias gráficas cada vez maiores. Em contrapartida, a franquia  Metal Gear não gerava tanto lucro que compensasse o investimento, e por várias vezes Kojima anunciou que "este será meu último Metal Gear".

Um dos motivos é o tamanho da empresa Konami e, por causa de suas ramificações, muitos investidores, sócios e afins não compartilhavam a idéia e os riscos que são inerentes à publicações de games [vide o caso de Silent Hills, que foi precocemente cancelado]. Entretanto, devido ao sucesso junto ao público, Kojima era bem visto pela diretoria da Konami, o que favoreceu e atrasou sua saída.

Atrasou, mas infelizmente não impediu sua saída. Segundos alguns sites, os custos operacionais do último título da franquia foram altos demais, e junto a ascensão de Takuya Kozuki, filho do ex-diretor, a Konami estaria reformulando toda sua divisão de jogos eletrônicos em vista das grandes mudanças que acontecem no mercado de portáteis na Ásia. Assim, neste ano e no próximo a Konamis passará por uma reformulação e revisão em toda sua estrutura de jogos, a fim de se manter firme neste mercado e garantir seu nicho.

Fim da história: adeus Kojima Productions.

O anúncio da saída de Kojima já era meio que esperado, devido a todos os rumores que vinham rolando pela internet. Porém, o que pegou muita gente de surpresa foi o anúncio do fim e dissolução da Kojima Productions. EU particularmente creio que isso não vá acontecer, já que o próprio Kojima disse que o fim de fato só aconteceria em Setembro, quando do lançamento do "último título da franquia Metal Gear". Que a Konami continuará firme e forte, disso eu não tenho dúvidas; que Kojima é um grande e talentoso desenvolvedor, também não. 

Mas ter um ataque de pânico achando que nunca mais teremos um Metal Gear de qualidade é, no mínimo, estupidez. Existem muitos desenvolvedores talentosos nas fileiras da Konami, e por favor, nenhum jogo é feito por apenas uma pessoa; existe toda uma equipe por trás disto e que deve sim ser valorizada.

Sendo fã que sou da franquia, espero mesmo de coração, que eles consigam manter a qualidade e toda a história dos jogos. Porque criar um jogo é fácil, mas manter ele inserido dentro da cronologia "oficial e canônica" é que é complicado.